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História

Professores Titulares 
Disciplina de Cirurgia Geral e Trauma

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Logo Trauma

Logo da Disciplina de Cirurgia Geral e Trauma

Considerando as características específicas do sistema de saúde brasileiro é importante que o Cirurgião Geral esteja capacitado e habilitado para atuar na área da cirurgia de emergência e da cirurgia eletiva.  A formação nestas duas áreas é complementar e torna o cirurgião geral mais versátil. Na emergência, capacita-o a tomar decisões rápidas, a lidar com cenários imprevisíveis e a trabalhar eficientemente sobre pressão. Enquanto, na área eletiva aprimora-o em técnicas cirúrgicas específicas e na gestão do cuidado pré e pós-operatório. Prof. Samir Rasslan, partidário da formação completa do cirurgião, quando surgiu a oportunidade, propôs a unificação das Disciplinas de Cirurgia Geral e Cirurgia do Trauma, passando para a seguinte denominação: Disciplina de Cirurgia Geral e Trauma do Departamento de Cirurgia da FMUSP. Na 402ª Reunião do Conselho do Departamento de Cirurgia da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo, realizada em 28/11/2012, foi aprovada a unificação com a denominação de Cirurgia Geral e Trauma.

Com o afastamento compulsório do Prof. Samir Rasslan em 05 de abril de 2014, A FMUSP realizou, em 14 e 15 de outubro de 2015, concurso público para o cargo de Professor Titular do Departamento de Cirurgia na área da Disciplina de Cirurgia Geral e Trauma. Prof. Edivaldo M. Utiyama foi o indicado pela comissão examinadora e tomou posse em 11 de março de 2016.  Em 2017, assistentes da Divisão de Clínica Cirúrgica III pleitearam a elaboração de uma identidade visual para a Disciplina de Cirurgia Geral e Trauma, recém unificada. Dr. Pedro Henrique Ferreira Alves e Dr. Eduardo Rissi Silva se encarregaram do planejamento da confecção do novo emblema da disciplina. Uma empresa de design especializada em gestão de marca, ficou responsável para desenvolver o projeto. O designer analisou os dados históricos e o propósito da Disciplina de Cirurgia Geral e Trauma para elaborar a nova identidade visual.

Na ocasião, relatei o encontro com o Professor Mário Ramos de Oliveira, primeiro Professor Titular da Disciplina de Cirurgia Geral, empossado em 16 de setembro de 1977. Em uma tarde de verão de 1986, encontrei o Professor Mário Ramos, observando o pôr do sol através dos vitrais que existiam na parede das escadarias laterais do Instituto Central do HC. Ao me aproximar, percebi que estava com semblante contemplativo e ao mesmo tempo expressando preocupação. Indaguei ao professor se havia acontecido algo e se poderia ajudá-lo de alguma forma. Então, Ele virou-se e contou o cansativo e desgastante trabalho que teve para construir a Disciplina de Cirurgia Geral, iniciando a partir de uma sala no 9º andar do ICHC até incluir sob a égide da Cirurgia Geral duas enfermarias, uma UTI e o Pronto Socorro de Cirurgia. Fez analogia a Disciplina de Cirurgia Geral, como se fosse um galho de uma árvore que foi crescendo e tornando-se muito longo e mais frágil. Então, decidiu dividi-lo em três partes e uni-los para a Disciplina se tornar mais robusta e consistente. Então, devido à grande expansão da disciplina optou em descentralizar a gestão delegando aos seus professores Adjuntos e Associados a direção dos três setores: Pronto Socorro de Cirurgia e UTI (PS4), Enfermaria de Retaguarda da Cirurgia de Emergência (PS5) e Enfermaria do Serviço de Cirurgia Eletiva (Enfermaria do 8º andar -E3CE). Parabenizei-o pela decisão e de imediato emendei nova questão, qual seria então o motivo da preocupação? Revelou-me que a preocupação era o afastamento dos gestores dos setores e a dificuldade para uni-los.  

Com denominação de Disciplina de Cirurgia Geral e Trauma e inspirado na visão do Prof. Mário Ramos e no provérbio africano, reformulado por Clarisse Lispector que diz: “Quem caminha sozinho pode até chegar mais rápido, mas aquele que vai acompanhado, com certeza vai mais longe”, decidimos que o novo meio de comunicação visual deveria transmitir a ideia de integração, dando continuidade ao trabalho iniciado pelo Prof. Samir Rasslan ao unir as duas disciplinas e a ideia de Inovação adaptando-a aos novos tempos. 

Definido o conceito principal, a próxima ação foi estabelecer o elemento principal da nova Disciplina. A Cruz Grega foi a escolhida, ao contrário do que muitos pensam, a cruz é um símbolo que não pertence ao cristianismo. Surgiu há muitos anos e em diferentes lugares do planeta. Do ocidente ao oriente, a cruz é representada com variadas estruturas e carrega distintos significados, e pode ou não estar associada a uma doutrina religiosa, podendo mesmo ser um símbolo pagão. A cruz grega possui uma estrutura quadrada, com quatro braços exatamente do mesmo tamanho e um quadrado central de união e intersecção dos diferentes elementos que se expandem para direções diferentes. Esta configuração representa a união, o equilíbrio e a harmonia dos pilares da disciplina que são: ENSINO; PESQUISA; ASSISTÊNCIA; INOVAÇÃO; E GESTÃO

 

 

 

 

 

                     UNIÃO – EQUILÍBRIO - HARMONIA                                 INTEGRAÇÃO

 

Nesse formato, outros elementos foram elaborados para compor e expressar de forma gráfico-visual o conceito da Disciplina. Fazem parte do logotipo: as letras iniciais C, G e T que estão formando a Cruz Grega. A letra G apresenta o formato da lâmina do bisturi, instrumento símbolo da área cirúrgica. O detalhe do brilho é para dar ênfase a busca pela excelência.

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Emblema da Cirurgia do Trauma

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O planejamento do emblema da Disciplina de Cirurgia do Trauma partiu da premissa de que ele deveria conter os três elementos fundamentais que compõem os objetivos da disciplina: a assistência, o ensino e a pesquisa.

A Figura Central do emblema coloca em evidência o papel do Serviço de Cirurgia do Trauma na assistência e na recuperação de traumatizados físicos, não raramente de grande gravidade e que chegam morrendo e são reconduzidos à vida graças a um gigantesco esforço terapêutico.  Por isso, foram adotados símbolos que representam a luta contra a morte, o “ressurgir das cinzas” e o “renascer”. Após analisar diferentes opções, escolhi, como figura central, a imagem da Fênix, ave fantástica considerada divindade pelos antigos egípcios. De acordo com a lenda, ao chegar ao fim da vida, a Fênix, único exemplar existente, imolava-se pelo fogo em um ninho de madeiras e ervas aromáticas. De suas cinzas nascia uma lagarta que gerava outra Fênix. Esta, após embalsamar em um ovo de mirra as cinzas da ave que a havia gerado, voava para Heliópolis no Egito, para depositá-las no altar do Templo do Sol. Os egípcios a associavam com a imortalidade e ela era considerada uma alegoria da ressurreição e da vida. 

O Escorpião, representado no livro pela constelação de Scorpius, é o símbolo astrológico da regeneração e da transformação e se identifica com a Fênix. Aliás, também com a águia e a serpente por sua força e por sua vigilância constante. A serpente, por ficar sempre à espreita e por mudar periodicamente sua pele, o que traduz renovação. Diga-se de passagem que a astrologia vincula o signo de Escorpião à cirurgia e às ciências biológicas. Finalmente, o sol nascente, que pode ser visto aparecendo por trás do livro, representa a fonte magna de energia e a origem da vida. Seus raios dissipam as trevas, iluminam um novo caminho, anunciam o nascimento da nova Disciplina e a constante renovação que dela se espera.

 

O Segundo componente do emblema refere-se à pesquisa clínica e experimental, que é representada pela árvore. Ela traduz a procura da realidade essencial e representa a vinculação entre a terra e o céu: as raízes mergulhadas nas trevas e a copa que se expande na luz. A imagem da árvore da vida como símbolo do eixo cósmico, do centro do universo, do começo absoluto, pertence ao corpo de mitos, rituais e a imagens que acompanham o homem desde seus primórdios. Referências a ela podem ser encontradas nas antigas religiões e culturas do norte da África, da Europa, da Índia, da Ásia, da Oceania e da América e se expressam, através dos séculos, na arquitetura e em todas as formas de arte religiosa e profana. A árvore da Fertilidade simboliza a grande mãe Terra. A árvore da Ascenção liga céu e terra. A árvore da Sabedoria produz os frutos da ciência. Aliás, lembre-se que o único símbolo verdadeiro da medicina é o cajado de Esculápio, ramo de uma árvore em torno do qual se enrosca uma serpente.

 

O Terceiro elemento do emblema representa a vocação para o ensino. Embora haja diferentes formas de espressá-la, escolhi o livro, pois a palavra escrita é o instrumento principal de comunicação, o meio de divulgar informações, de anunciar, preservar e transmitir conhecimentos. Desde as tábuas dos sumerianos, dos assírios e dos babilônios até os textos gerados por computadores, passando pelos papiros egípcios, o livro foi o elemento essencial da preservação e da multiplicação das conquistas do homem e tornou possível uma verdadeira revolução na cultura universal. Por isso, representa o nosso papel de educadores e dá ênfase à nossa missão de ensinar.

Pedi ao Falcetti, artista que todos conhecem por seus excelentes trabalhos de documentação médica, que reunisse os ingredientes e elaborasse um conjunto harmônico e equilibrado. Ele prontamente atendeu. E assim nasceu nosso emblema.

Dario Birolini

Jornal do Trauma, ano 1 - Edição nº 4 - 1989 (editado)

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